março 25, 2012

O atropelador é rico,mais que rico,é filho da maior fortuna (conhecida) no Brasil...

Caso Thor Batista:carros de luxo vêm com dolo de fábrica


É festa na Comunidade Brasil. Mais um atropelamento. São vários por dia,mas os ingredientes deste caso são mais saborosos,atraentes. O infeliz atropelado,um popular e seu veículo uma bicicleta;o atropelador,ah,o atropelador! Abrem-se largos sorrisos nas hienas,arregalam-se os olhos,trocam-se olhares de satisfação que dizem:marchemos contra os palácios,à guilhotina!à guilhotina! O veículo é um carro de luxo. Mais que luxuoso,é exclusivo,uma Mercedes Maclaren. O atropelador é rico,mais que rico,é filho da maior fortuna (conhecida) no Brasil...

Acidentes de trânsito ocorrem diariamente, neste caótico e abandonado país,mas uma peculiaridade notada nas reações é que,embora a maioria seja -por uma obviedade numérica- provocada por carros populares,só dói e sangra mais quando o carro é de luxo!

Carro de luxo ou não,já temos a absurda distorção de volta e meia enquadrar o culpado em homicídio doloso,quando há intenção de matar. Oras,ninguém sai com o carro com intenção de matar alguém,a menos que seja um louco assassino e este matará com qualquer arma. Mesmo motoristas bêbados,bebem por prazer não para matar! Sempre será culposo. Ou passa pelas cabeças que alguém tem o prazer idiota e insano de se complicar com a justiça,rico ou não,tendo condições financeiras de contratar dúzias de advogados ou não,e por deliberada opção se envolver em acidentes,perturbar a boa vida e ter o rosto nos jornais,a mídia nos calcanhares,ser tratado como assassino,ver e ouvir a plebe ulular e babar com satisfação pedindo a tal de justiça,entendida como vingança e satisfação de ver alguém que tem o que almejam se dar mal,passar por algum tempo por dificuldades e aborrecimentos?

É interessante que a manada sonha a cada segundo com a riqueza,mas trata seus detentores como inimigos,não como patamar a ser atingido também! Provavelmente porque não relacionam dinheiro com trabalho...

Voltando ao caso Thor Batista,os próprios especialistas,tentando encontrar acusações,fornecem dados para a defesa:a especialista em segurança no trânsito Salete Romero,contrapondo o fato de Thor afirmar que a prova de sua baixa velocidade foi o não acionamento dos airbag,explica que o sistema de bolsas de ar não tem qualquer ligação com a velocidade do veículo e que o air bag é ativado apenas quando o carro sofre uma desaceleração brusca, o que, segundo o próprio Thor, não ocorreu. Ele afirmou que a velocidade da Mercedes, desde o momento em que observou Wanderson na pista até o impacto, baixou somente 10% - de 100 km/h para 90 km/h. Ora,se a velocidade praticamente não baixou,a pequena redução foi provocada pelo impacto,demonstrando que o ciclista só foi percebido pelo motorista praticamente já no contato,sem freagem anterior ao obstáculo,sem chance de desvio,de evitar o acidente. Até agora alguém perguntou aos peritos se,por exemplo,a bicicleta tinha os obrigatórios refletores traseiros?

Sobre as acusações de favorecimento policial,perícia mal feita,etc,o conhecido e respeitável Ricardo Molina,da Unicamp deixa claro:"A perícia tem que fotografar tudo antes, mas o problema é que isso raramente acontece no Brasil. ... a verdade é que a perícia local é muito mal feita, quando é feita". Clique. Ou seja,a falha,a falta de procedimentos corretos ocorre com o acidente do filho do Eike Batista e sua Mercedes Maclaren mas também com o Corcel 72 do Zé da Silva,a Kombi 68 do João de Souza... Mas na República Popular do Brasil só os carros de luxo vêm com dolo de fábrica,só os ricos têm intenção de matar...

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